Qual é a importância da Consciência Fonoarticulatória no Processo de Alfabetização?
Apesar da fala ser uma sequência acústica gerada pela articulação, a pessoa que ouve, ao receber a mensagem falada, extrai as informações linguísticas produzidas não apenas através da percepção sonora, mas também pelos sinais visuais obtidos observando a face e os gestos articulatórios de quem fala. Dessa forma, os movimentos articulatórios estão presentes e complementam a comunicação oral. Um exemplo prático dessa situação é o momento em que estamos vivendo, onde temos que usar frequentemente máscaras e podemos perceber como é difícil compreender o que o outro está falando somente através do que ouvimos. Sentimos necessidade do apoio visual também.
As vias auditivas e visuais estão integradas para fornecer informações de maneira contínua, apesar de a audição e a visão serem sentidos independentes.
A Consciência Fonoarticulatória não é uma metodologia e sim um pressuposto para embasar a prática pedagógica, facilitando o processo de aprendizagem.
Para aprender a ler e escrever no sistema de escrita alfabético é necessário aprender a relacionar as letras com os sons na leitura e os sons com as letras na escrita. Nestes momentos, os gestos motores articulatórios se tornam importantes, pois trazem para a criança um apoio visual que torna-se mais um recurso para o processo.
O que é Consciência Fonoarticulatória?
Consciência fonoarticulatória é a capacidade de o indivíduo refletir sobre os sons e os gestos motores orais. A consciência fonoarticulatória é parte integrante da consciência fonêmica que, para Oliveira (2003), refere-se à identificação precisa dos sons das palavras.
No processo de alfabetização, a identificação das letras que correspondem aos sons, sem que seja analisada especificamente a relação letra-som, é uma habilidade predominante oral e auditiva em que a unidade de estudo é o fonema.
De acordo com Adams e cols. (2006), os fonemas são melhor distinguidos pela maneira como os fones são articulados do que pela forma como soam. Portanto, estimular as crianças a sentir como sua boca e a posição de sua língua se modificam em cada som articulado é uma forma simples de proporcionar o raciocínio fonoarticulatório.
A consciência fonológica e a fonoarticulatória são necessárias para a percepção e a produção dos sons da língua. O trabalho utilizando o conhecimento fonoarticulatório requer um ensino sistemático, mas de forma contextualizada para que tenha significado para a criança. O objetivo é fazer com que as crianças reflitam sobre o movimento articulatório ao ser produzido ou pensado sobre um som determinado para elaborar as hipóteses silábica e alfabética de escrita.
Segundo Oliveira (2003), primeiro é necessário desenvolver a competência oral como ouvir, discriminar, analisar e sintetizar os sons para depois ler, escrever ou aprender a ortografia.
O conhecimento fonoarticulatório deve ser usado por professores como ferramenta preparatória para a alfabetização. Neste momento é indispensável o uso de espelhos para estimular a percepção visual da fala.
Para o indivíduo ter um bom domínio fonêmico é preciso ter clara a representação do gesto articulatório de cada fone. No entanto, isso só é possível, quando, o sujeito parar para sentir, ouvir e ver cada som.
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Ana Costa
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